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Transtornos de Humor - Depressão e Bipolaridade

  • Foto do escritor: Raphael Pinheiro
    Raphael Pinheiro
  • 22 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

Humor deprimido na maior parte do dia, perda de interesse e prazer por diferentes atividades, problemas no sono, perda de energia, sensação de inutilidade, etc. Você já deve imaginar que os sintomas descritos (não reduzido somente a eles) apontam para a possibilidade de um quadro de Transtorno de Humor. Para se ter uma noção, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de todas as idades, sofram dessa classe de transtornos. Vamos entender melhor?

O que é um transtorno de humor?


Muitas pessoas confundem humor com afeto, e cabe diferenciação: entenda como humor o estado emocional interno mais constante de uma pessoa; já o afeto refere-se à expressão externa do conteúdo emocional atual. Assim, buscarei dividir em três tipos básicos de estado de humor para analisarmos:


1. Humor normal: Pessoas com o humor “normal” também sofrem de alterações durante o dia, porém sentem-se capazes de controlar, mesmo que parcialmente, seus humores e demonstrações de afeto;


2. Humor deprimido: Caracteriza-se por uma perda do senso de controle, acompanhada de uma experiência subjetiva de grande sofrimento. Entenda “perda do senso de controle” a partir de comportamentos como: choro sem motivo, diminuição da capacidade de concentração, pensamentos recorrentes sobre morte, perda de apetite, redução de atividade sexual, etc;


3. Humor elevado (ou mania): Caracteriza-se por um comportamento de expansividade, fuga de ideias e ideias grandiosas, necessidade diminuída de sono, distração, etc.


O gráfico abaixo apresenta um exemplo das diferentes flutuações de humor com o passar do tempo


Gráfico 1: Variações de humor

  1. Depressão (Transtorno Depressivo)


Depressão é o nome dado ao quadro isolado ou recorrente de rebaixamento do humor, podendo ser leve, moderado e grave. Existem registros sobre o termo “depressão” desde a antiguidade, e com o passar do tempo tanto as nomenclaturas quanto outros aspectos foram sendo revistos e aprofundados até o ponto em que nos encontramos hoje. As causas para depressão podem ser de origem biológica (neurotransmissores como Serotonina, Dopamina e Noradrenalina), genética e psicossocial (acontecimentos estressantes ou anormais, luto, baixa desemprego etc), porém trata-se de uma divisão artificial, pois os três campos interagem entre si.


2. Mania (Transtorno Bipolar)


O Transtorno Bipolar também se enquadra na classificação de transtornos de humor, e como o próprio nome sugere, refere-se à flutuação do humor entre os “polos” depressivo e maníaco. De certa forma todos nós temos certa flutuação do humor (vide gráfico), podendo acarretar em traços depressivos e/ou maníacos a depender de nosso dia a dia, porém quando falamos em Transtorno Bipolar, há uma recorrência do estado depressivo aliado a pelo menos um episódio de mania.

Calma! O estado de mania o qual me refiro não se refere à utilização popular do termo "maníaco" ("aquele fulano é maníaco"). Não vamos estigmatizar!


*humor “elevado”: cabe diferenciar o que seria um momento de mais euforia (o que é absolutamente normal) e um humor inusitado, irritável, exagerado, pouco adaptativo e, por vezes, desafiador, como é típico do quadro de Transtorno Bipolar.

3. Tratamento

O tratamento para transtornos de humor deve adequar-se a algumas premissas como:


  • Garantir a segurança do paciente: alguns casos de depressão acompanham tentativas ou ideativo suicida, comportamentos auto lesivos, etc. Depressão pode matar;

  • Completa avaliação diagnóstica: o atendimento de pacientes com transtornos de humor pode e deve ser acompanhado por equipe multidisciplinar, visto que a depressão pode vir acompanhada de transtornos alimentares, transtornos de personalidade e outras comorbidades. Além disso, o diagnóstico depende da avaliação não somente dos sintomas como também da história de vida do paciente;

  • Acolhimento sem julgamento: muitos casos de depressão não recebem o tratamento devido por conta de preconceitos em torno do tema: “isso é doença de desocupado”; “todo mundo sente tristeza”; “vai trabalhar que passa”¸ dentre outros. Como profissionais de saúde, devemos sempre buscar reduzir eventuais barreiras sociais e culturais a fim de promover a melhor intervenção possível para o paciente e

  • “Olhar para o futuro”: transtornos de humor podem se tornar crônicos, portanto caberá ao psicólogo realizar, além do trabalho clínico, certo papel pedagógico a fim de conscientizar e preparar o sujeito para eventuais flutuações de humor que possam surgir com o passar do tempo. Ser capaz de identificar gatilhos, por exemplo, é parte da solução de longo prazo, mesmo após o término das sessões de terapia.

Ficou com dúvida? Entre em contato para maiores informações e agende sua consulta!


 
 
 

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©2020 por Raphael Pinheiro.

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